1. |
Veemente
04:21
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Qualquer busca por empatia
a essa altura, é ingenuidade
eu me defendo esperando o pior
Minha terra é uma bomba a ponto de explodir,
minha fé é uma bomba a ponto de explodir,
minha gente é uma bomba a ponto de explodir,
minha terra é uma bomba a ponto de explodir
Coexistência com ares de guerra
eleva o tom, ganha no grito
a gente é igual no que tem de pior
Minha terra é uma bomba a ponto de explodir,
minha fé é uma bomba a ponto de explodir,
minha gente é uma bomba a ponto de explodir,
minha terra é uma bomba a ponto de explodir
Que força é essa que te cega,
te emburrece e te enche de raiva
de quem ousa ter menos que você?
Minha terra é uma bomba a ponto de explodir,
minha fé é uma bomba a ponto de explodir,
minha gente é uma bomba a ponto de explodir,
minha terra é uma bomba a ponto de explodir
O conceito de paz é inalcançável
Nunca existiu, nunca vai existir
Pela necessidade de um vencedor,
pela espetacularização da dor,
pelo que é a catarse explosiva de um linchamento
O conceito de paz é inalcançável
Minha terra é uma bomba a ponto de explodir
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2. |
Deus não compactua
03:40
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Nada é mais humano que a disputa por poder,
Nada é mais desumano que a disputa por poder
Não tem fim, não tem fim
Será que Deus vê a imagem de um filho em mim?
Não tem fim, não tem fim
Será que Deus vê a imagem de um inimigo em mim?
Era até fácil de se prever, qualquer um poderia antever
Uma hora estoura, uma hora estoura
Tema quem não tem nada a perder
Hora da estrutura se inverter,
A lei do mais fraco enfim se faz valer
Uma hora estoura, uma hora estoura
Forte é quem não tem nada a perder
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3. |
Alívio cômico / Palanque
04:05
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Quão forte é o instinto que me faz sobreviver?
Eu ainda existo, não me deixa esquecer
Sua opinião
foi o alívio cômico
extremamente necessário a essa discussão
Virou comício, o que eu falei para você?
Parasitismo, o que eu falei para você?
Quão forte é o instinto que me faz sobreviver?
Eu ainda existo, não me deixa esquecer
(Ergue o muro que eu derrubo)
A condenação já na acusação
Nada que eu disser,
cenário irreversível,
o júri popular quer sangue
A condenação já na acusação
Boato desmentido, terrível mal entendido
Crime já prescrito
A condenação
Os caprichos da desilusão,
quer você queira, quer não,
te levam a uma só questão:
dinheiro é benção ou maldição,
perdição ou salvação?
A condenação já na acusação
Palanque para o horror,
o dia em que o mal triunfou
Saúdem o torturador
Palanque para o horror
Na ganância, a separação
Das mágoas, faça munição
Permanece a questão:
dinheiro é benção ou maldição,
perdição ou salvação?
(Troca o sangue do meu corpo)
(O sistema é predatório)
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4. |
Mácula
03:20
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Nas costas da minha mão,
lembrete apagado, um borrão
conselho e também confissão:
“eu não posso mais errar”
Basta viver o suficiente
e todo mundo de algo se arrepende,
Você mesmo se repreende:
“eu não posso mais errar”
Repousa quieta no meu peito e deixa o choro vir
Repousa quieta no meu peito, nada mais vai te afligir
Eu peço à minha consciência
que insista na mesma advertência
pelo resto da minha existência:
“eu não posso mais errar”
Repousa quieta no meu peito e deixa o choro vir
Repousa quieta no meu peito e deixa o sono vir
Repousa quieta no meu peito, nada mais vai te afligir
Tanta afobação,
Tamanha inquietação
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5. |
Gira
05:06
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Essa angústia em você
queima tão devagar,
queima sem se deixar notar
Imersa em um turbilhão de preocupações,
sofrendo por antecipação
Respira, acolhe a minha voz
Quatro da tarde e o sol já se pôs,
anoiteceu cedo demais
Me guia, eu só ouço a sua voz
Giro em torno de ti
eu cresço, eu mudo, eu moldo
Tudo em torno de ti
Não tem mais volta
Dentro de mim, eu sei:
não tem mais volta
Esse amor não tem mais volta
Me ajuda a ver o que existe de bom em mim,
eu tenho tentado ser a minha melhor versão
Me guia, eu só ouço a sua voz
A gente se acostuma a ser só,
A gente se convence a não confiar em ninguém
Respira, acolhe a minha voz
Giro em torno de ti
eu cresço, eu mudo, eu moldo
Tudo em torno de ti
Não tem mais volta
Dentro de mim, eu sei: não tem mais volta
Esse amor não tem mais volta
Sua ânsia de viver,
de um brilho singular,
precisa se fazer notar
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6. |
Lampejos de lucidez
03:08
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Quem chega, logo sente
isso é um moedor de gente
a cicatriz não mente
nem o inferno é tão quente
quem puder, que aguente
Pode vir,
Quem te induz ao erro,
quem te parte em dois?
Seu santo, um justiceiro,
sua casa, um cativeiro,
eu vivo um arremedo
da vida que eu desejo
Pode vir,
Quem te induz ao erro,
quem te parte em dois
Quem te quebra no meio,
quem te parte em dois?
Nuvem cheia,
você quis
desabar,
mas desistiu
Nuvem negra, você quis
Revidar, mas desistiu
Nuvem cheia,
você quis
desabar,
mas desistiu
Pena que você desistiu
Esses lampejos de lucidez
te isolam cada vez mais
Esses lampejos de lucidez
Te custam caro
Esses lampejos de lucidez
te machucam cada vez mais
Esses lampejos de lucidez
Te custam caro
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7. |
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A cena é a de um carro em movimento:
Athos subitamente abre a porta e se atira
numa impensada demonstração
de que não existem limites
para a punição autoinfligida
Ainda não estamos quites
De fidelidade canina,
golpeado por uma decepção genuína,
em estado de constante apatia,
se vier reparação,
que seja em vida
Ainda não estamos quites
(Novamente interrompido
pelo hino dos Estados Unidos
como toque do seu celular)
Charlatanismo institucionalizado,
justificando o injustificável,
terror relativizado,
que se mudem os incomodados
Ainda não estamos quites
Pregando apenas aos já convertidos,
protesto seguro, de aplauso garantido
herói de um nicho,
de um recém-declarado grupo de risco
Ainda não estamos quites
Ainda não, ainda não, ainda não
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8. |
Rente
03:34
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Aproveitando o ensejo,
eu despejo todo o peso que eu carrego comigo
Luz em mim que eu não reconheço,
eu tento e não te vejo,
me indica um caminho
Eu sou um labirinto no qual eu mesmo estou perdido
Tanta coisa que eu podia ter dito
Tiro que passou rente
Eu quero que você se enfrente
Você diz que ama o seu país,
mas que nunca se sentiu correspondido
Pelo contrário,
ignorado,
menosprezado, diminuído
renegado, perseguido,
violentado, esquecido,
Seu amor próprio enterrado vivo
Tiro que passou rente
Eu quero que você se enfrente
Talvez eu seja tão merecedor quanto o senhor
Síndrome do poder pequeno,
informação como envenenamento,
Nenhum orgulho, mas nenhum arrependimento
Contabilizando o prejuízo, finalmente eu respiro
O que mais pode ser tão bonito
quanto um império sendo lentamente destruído?
Hoje eu nasci de novo
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9. |
Escalas
03:48
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Obrigado por vir me encontrar,
é bom ter com quem conversar
Bem que dizem que o começo
é o mais difícil de aguentar
Eu acabei de chegar
e eu vim para ficar,
Tudo é muito promissor e eu tento não me assustar
O desafio de me encaixar
Onde eu posso trabalhar?
Um mundo a que eu ainda não pertenço,
todo um estigma a derrotar
Será que eu fiz bem em vir para cá?
E se eu estiver velho para me reinventar?
Mas tem tanta coisa em jogo
que eu não posso nem pensar em voltar
Tanta saudade que até me dói falar,
me dá vontade de chorar
O lugar em que eu sei como existir,
o ar que eu sei como respirar
Recorra a mim se precisar
de forças para continuar
Esse desconforto é uma constante
com que a gente tem que aprender a lidar
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10. |
O.H.R.E.U.C.S.
00:44
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A arte enquanto negócio, o negociante enquanto artista
Autoridade no assunto, talhado pela prática do seu ofício,
só que acuado pela suposta sensibilidade coletiva exarcebada dos novos tempos
Emitindo opiniões, mas omitindo suas verdadeiras opiniões
Correndo atrás do próprio rabo
O homem reprimido é um câncer social
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11. |
Tudo grita
04:33
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Tudo vibra em discordância e negação
Tudo grita, histeria, contagiosa afetação
Ameaças estridentes, eu acordei
Cruzada pelo bem, limpa a sujeira que você fez
Te hipnotiza, te infantiliza, bloqueia a sua visão
Me vilaniza, me demoniza, uma nova inquisição
Bravatas estridentes, eu acordei
Cruzada pelo bem, limpa a sujeira que você fez
Espera o meu sinal, torce por mim
Que eu saia vivo
Reconheço que existe o mal
E por mais que isso doa em mim,
eu sigo limpo
Tudo vibra em desacordo e rejeição
Tudo grita, falsa valentia, manda indignação
Latidos estridentes, eu acordei
Cruzada pelo bem, limpa a sujeira que você fez
Espera o meu sinal, torce por mim
Que eu saia vivo
Reconheço que existe o mal
E por mais que isso doa em mim,
eu sigo limpo
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12. |
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No seu olhar, nenhuma compaixão
De uma frieza morta a sua reação
Volumosa aglomeração
sangue seco e opaco no chão
Dura pouco qualquer comoção,
logo se desfaz distraída a multidão
No seu olhar, nenhuma compaixão
De uma frieza morta a sua reação
Tão indiferente eu fui,
meu pai, perdão
Tão conivente eu fui,
meu pai, perdão
Tão permissivo eu fui,
meu pai, perdão
Tão egoísta eu fui,
meu pai, perdão
Tão vaidoso eu fui,
meu pai, perdão
Tão orgulhoso eu fui,
meu pai, perdão
Tão ganancioso eu fui,
meu pai, perdão
Tão violento eu fui
meu pai, perdão
Sonhos se formam sem o meu consentimento
(Um ato falho
e eu me denuncio)
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Jair Naves São Paulo, Brazil
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São Paulo/Los Angeles.
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